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Regulação Emocional e a Saúde Mental

  • Foto do escritor: anabelacunhapsi
    anabelacunhapsi
  • 5 de jan.
  • 2 min de leitura


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A regulação emocional desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde mental, e a psicanálise relacional oferece uma rica perspectiva para compreender e promover esse processo. Na ótica relacional, a saúde mental é concebida não apenas como um estado interno do indivíduo, mas também como um fenómeno que emerge na interação com os outros. Autores como Stephen Mitchell, Jessica Benjamin e Lewis Aron destacam a centralidade dos relacionamentos para o desenvolvimento e sustentação da capacidade de regular as emoções.


A regulação emocional, na perspectiva relacional, não é apenas uma habilidade intrapsíquica, mas um processo co-construído no contexto das relações. Stephen Mitchell enfatiza que os indivíduos internalizam modelos de relações significativas que, por sua vez, influenciam a forma como regulam as suas emoções. Esses modelos internalizados são continuamente reajustados e transformados através das interações atuais, mostrando como a regulação emocional está profundamente enraizada no campo intersubjetivo.


Jessica Benjamin, por sua vez, introduz o conceito de "terceiridade" como um espaço compartilhado que permite a emergência do reconhecimento mútuo e da regulação emocional. Para Benjamin, o reconhecimento mútuo é um elemento essencial para que os indivíduos possam lidar com conflitos internos e relações disfuncionais. O fracasso no reconhecimento mútuo pode levar à desregulação emocional, enquanto a restauração desse reconhecimento no setting terapêutico pode promover maior equilíbrio emocional.


Lewis Aron complementa essa visão ao sublinhar a importância da mutualidade na relação terapêutica. Para Aron, a relação entre terapeuta e paciente é uma experiência de regulação emocional em si mesma, onde ambos participam ativamente de um processo de transformação recíproca. Essa dinâmica de troca reforça a ideia de que a regulação emocional é uma construção conjunta, e não um esforço isolado.


A saúde mental, portanto, está intrinsecamente ligada à capacidade de navegar e regular as emoções dentro do contexto das relações. Situações de trauma ou relações desestruturantes podem comprometer essa capacidade, mas a psicanálise relacional sugere que o reencontro com experiências relacionais reparadoras é uma das chaves para o restabelecimento do equilíbrio emocional.


Por fim, é importante reconhecer que a regulação emocional não é um estado permanente, mas um processo dinâmico e fluido. A psicanálise relacional mostra-nos que, ao compreender e trabalhar dentro do campo das relações, podemos ajudar os indivíduos a desenvolver maior flexibilidade emocional e resiliência, contribuindo para uma saúde mental mais robusta e sustentável.


 
 
 

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Anabela Cunha

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