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Ser mãe não chega!

  • Foto do escritor: anabelacunhapsi
    anabelacunhapsi
  • 7 de set. de 2023
  • 2 min de leitura

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Amor de Mãe
Vivemos numa sociedade que diminui o papel das mães. Ser "apenas" mãe não é suficiente. A Mulher tem que ser uma boa mãe, ter um emprego e ser bem sucedida profissionalmente, tem que ser uma boa esposa e uma dona de casa exemplar. Tem que estar sempre bem arranjada para não parecer desleixada e ainda tem que ter tempo para a vida social. Mas dedicar-se "apenas" aos filhos é que não! Como se a maternidade, por si só, não fosse suficientemente avassaladora e exigente.

É a mesma sociedade que obriga as mães a deixarem bebés de colo nas creches e infantários durante horas, entregues a amas que têm que se desdobrar por mais 10 (ou mais) bebés, porque precisam de trabalhar. Porque mais importante do que a saúde mental dos cidadãos é a economia.

Outras mães, apesar de não terem um emprego, também acabam por colocar os bebés nos infantários a partir dos 4/5 meses porque não têm rede de apoio e sentem-se esgotadas física e mentalmente, ou porque acreditam que é bom para a socialização do bebé. Muitas vezes estas decisões também se baseiam nos palpites de familiares e amigos, fruto de crenças que estão muito enraizadas na sociedade.

Um bebé, para crescer de forma saudável, precisa da mãe (ou outro cuidador primário) a tempo inteiro durante pelo menos um ano e isso requer um grande esforço e dedicação. Requer mães conscientes e também uma sociedade atenta e empática, capaz de reconhecer as necessidades de desenvolvimento de um bebé e as necessidades da mãe, que precisa de muito apoio nos primeiros meses de vida dos filhos. Segundo Winnicott, uma grande referência no mundo da psicanálise, a mãe é o primeiro ambiente do qual o bebé precisa para se desenvolver emocionalmente e é através da relação mãe-bebé que se irá constituir o psiquismo do bebé, o seu mundo interno, o seu interior e o seu self. Desta relação irá depender a saúde psicológica e, consequentemente, física, do bebé. Assim como a saúde dos futuros adultos.

Acredito que o ritmo acelerado em que vivemos atualmente, a pressão para produzir e trabalhar cada vez mais, a influência da "perfeição da vida online" e o desconhecimento relativamente à área da saúde mental, em particular, e do desenvolvimento humano, em geral, contribua para este cenário. Por isso é fundamental e urgente a literacia em saúde mental e, sobretudo, conhecimento sobre as diferentes etapas do desenvolvimento infantil e sobre gestão emocional. Só assim podemos contribuir para a criação de pessoas mais saudáveis.
 
 
 

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Anabela Cunha

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